quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Gravidez na adolescência

Prevenção à gravidez na adolescência


Na região mais pobre do estado mais rico do Brasil - o Vale do Ribeira, em São Paulo - uma organização não-governamental conseguiu reduzir drasticamente os casos de gravidez durante a adolescência. Um desafio que o Brasil inteiro tem tido muita dificuldade para enfrentar.
Taila Camargo deixou de estudar quando ficou grávida de gêmeos, aos 15 anos.
“Agora fica difícil pra mim terminar meus estudos, ter um futuro”, lamenta Taila, de 16 anos.
Para evitar frustrações assim, um programa de prevenção à gravidez. Com ingredientes tradicionais, como as orientações sobre funcionamento do corpo humano, métodos anticoncepcionais. Mas o principal objetivo é fazer a adolescente sonhar.
Parece simples. E é. As estudantes participaram de jogos e oficinas em que foram estimuladas a projetar dois futuros. Um, em que imaginavam a vida delas, seguindo o curso normal: se formariam, teriam uma carreira. Num outro, elas se imaginam grávidas: e tudo o que mudaria a partir da idéia de serem mães ainda na adolescência.
Para tornar o exercício mais real, uma barriga falsa. Com os olhos fechados todos embarcam numa viagem para quatro, seis até dez anos à frente! E despertam.
“Nossa, realmente me vi assim: muito com dificuldade. Um filho não é uma brincadeira, não é uma boneca que a gente está segurando”, diz a estudante Arlanza de Lima.
"Quando o pai fala, a mãe fala, isso ainda está no pai, na mãe. Não é dele. Agora, quando ela vivencia, isso passa a ser algo que ele sentiu. Algo que ele aprendeu. Ele percebeu”, aponta Maria Helena Vilela, coordenadora do projeto.
Até 2005, quando o projeto começou, o Vale do Ribeira tinha um dos mais altos índices de gravidez entre adolescentes no estado de São Paulo. Dois anos depois, nas escolas envolvidas, os números despencaram 91%. Uma delas, em 2004 registrou 38 casos. No ano passado, nenhum. O programa também reduziu a evasão escolar.
“Quando você resgata um aluno para a educação, já e uma felicidade muito grande. Agora se você tem 533 alunos, você multiplica essa felicidade de um por 533”, afirma Reginalice Nakao da Silva, dirigente de ensino.
Dez mil estudantes já participaram do projeto.

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